segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Memória


Cultura


      Já acompanho o batuque, reisado e as rezas desde quando eu tinha dez anos e nunca abandonei a cultura. Sou Jubelina de Souza Santos, tenho 51 anos e moro no povoado de Olhos d’Água do Basílio. Gosto de passar o tempo trabalhando. Na época era muito divertido, ia muita gente na roda de batuque, principalmente as mulheres, era uma maneira de nos divertirmos.
    A capoeira só teve no Basílio quando veio professor de outro lugar e aí foi que Juraci começou ensinar alguns meninos e meninas que hoje uns deles são professores de capoeira. Atualmente não está tendo capoeira porque Juraci está com um problema na perna e os meninos foram para São Paulo.
    Os problemas com relação à cultura são que os mais velhos estão morrendo e os mais novos não se interessam pela cultura que tem. Na minha comunidade as rezas antigamente duravam a noite inteira e todos participavam, hoje são poucos que participam e antes faziam uma roda de cantiga de roda batendo as latas e jogando versos uns com os outros. Já hoje não tem isso, a comunidade está mudando muito com o reisado. Antes quando começava as moças já ficavam alegres para ir, hoje elas não estão nem se preocupando e hoje já vem outra nação.
    Eu mesma estou muito feliz com a cultura que a comunidade tem. Se os mais novos não valorizarem, um dia vamos ficar sem ela.
    Por isso falo para os mais novos: “com a nossa cultura vamos muito e muito longe”.


    Entrevista feita pelos alunos da 8ªA, Givanildo, Aline, Enildo e Hélio.


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